[Imagem: Divulgação]
Uma equipe da Agência de Ciência, Tecnologia e Pesquisa (A*STAR, na sigla em inglês) imprimiu uma foto colorida da revista que mede somente 50 micrômetros (0.00005 metro) de um lado a outro.

Na publicação científica Nature Nanotechnology, os cientistas afirmaram que o método usado para imprimir a foto pode produzir imagens coloridas de até 10 mil pontos por cada 2,5 centímetros - 10 vezes mais que uma impressora caseira.

Ao invés de usar tintas normais e impressão convencional, eles produziram as cores usando nanopartículas de prata e ouro "incrustadas" em uma superfície de silicone.

De acordo com eles, o método pode ser usado para imprimir marcas d'água ou mensagens secretas para fins de segurança.

"Nossa estratégia de mapeamento de cores produz imagens que têm, ao mesmo tempo, mudanças bruscas de cor e tênues variações de tom, suporta um grande volume de impressões coloridas e pode ser útil para criar micro-imagens para segurança", diz a pesquisa.

A foto usada na experiência é um corte do retrato de Lena Soderberg, uma modelo suíça, que apareceu originalmente em uma edição de 1972 da Playboy.

Esta mesma imagem é comumente usada para testar novas técnicas de impressão.

'Inteligente'

Chad Mirkin, professor de nanotecnologia da Universidade americana Northwestern, que não está envolvido no estudo, diz que o resultado da pesquisa de Cingapura está "chegando ao limite do que é possível imprimir em cores".

A foto de Soderberg foi impressa em uma superfície minúscula de silicone usando o método da litografia por feixe de elétrons.

"O feixe de elétrons é uma espécie de caneta com a qual desenhamos os pontos que formam a figura no silicone", explicou à BBC Brasil o pesquisador Joel Yang, um dos responsáveis pelo estudo.

O aparelho, que costuma ser usado para a fabricação de circuitos integrados em escala nanométrica, forma a figura com pequenos pontos de tamanhos diversos.

Em seguida, o pedaço de silicone foi banhado em uma camada de metal. O depósito do metal dentro dos pontos criou "nanodiscos" metálicos dentro da figura, de acordo com Yang.

"Os metais são bons condutores porque têm elétrons livres. Quando os colocamos no microscópio e jogamos uma luz sobre eles, esses elétrons oscilam de maneira diferente dependendo do tamanho de cada nanodisco."

Por isso, a luz reflete em cada um dos nanodiscos em uma frequência distinta, criando diferentes cores. Por causa de seu tamanho e da necessidade da luz, a imagem colorida só consegue ser vista no microscópio.

O método, de acordo com Chad Mirkin, "é uma maneira inteligente de criar as cores desejadas."

'Primeira-dama'

A foto da modelo sueca na Playboy foi usada como imagem de teste pela primeira vez em 1973.

Um professor assistente de engenharia elétrica do Instituto Alexander Sawchuck de Processamento de Sinal e Imagem, da Universidade do Sul da Califórnia, estava buscando uma imagem para usar no trabalho de um colega.

Ele queria uma foto diferente das que eram normalmente usadas em publicações e, quando alguém veio com a edição mais recente da Playboy, ele usou a página central.

A imagem se tornou uma das mais usadas na história da computação, e a modelo passou a ser chamada de "a primeira-dama da internet".
Publicado em 16/08/2012
Fonte: Site BBC Brasil

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